terça-feira, 13 de setembro de 2011

A POLÊMICA DOS RODEIOS

Em 25 anos da Prova do Bulldog no Rodeio de Barretos - cerca de 5.000 apresentações - esse ano aconteceu lamentavelmente um acidente com um garrote de aproximadamente 270 Kg que pelas primeiras  informações foi um equívoco do competidor. Antes de condená-lo penso que tenha todo o direito de se defender. Esse fato "acendeu" a fúria das entidades que se dizem protetora dos animais, gerando as mais diversas reações. Foram postadas nas redes sociais imagens da Prova do Laço ao Bezerro - há vários anos não é realizada em Barretos - de eventos realizados nos Estados Unidos.

Toda atividade esportiva e mesmo situações do dia a dia, na lida das fazendas, que envolva animais há risco de  ocorrer acidentes. Isso precisa ficar bem claro. No Rodeio, Polo, Hipismo, Turfe, Doma, Treinamento no Exército, Cavalaria da Polícia Militar, Provas de Marchas, Equoterapia, etc. Talvez o rodeio seja o que apresenta menor índice.
O que me assusta são as inverdades, argumentos usados por vários pseudo-ambientalistas, também chamados por alguns de "ecochatos" (não podemos generalizar, há muita gente boa sendo "engabelada" por falsas informações) como por exemplo: uso de cacos de vidro no ânus, pimenta e espora nos olhos,  choques elétricos, etc. Caso acontença isso, eu também sou contra. Nunca me apontararm os rodeios que usam esses artíficios.

 Existe uma publicação da Unesp na revista cientifica do Conselho Estadual de Medicina Veterinária, Volume 3, Fascículo 2, 2000, demonstrando que o sedém não tem nenhuma relação com dor que alguns afirmam ser "fajuto", que os veterinários-professores trabalharam em causa própria. Entendi o recado: quem usa esse argumento, fica claro que caso estivesse nessa situação, fraudaria em proveito próprio. As pessoas medem as outras com a régua que tem. Esse mesmo trabalho ao ser analisado pelo Poder Judiciário de Jaboticabal teve a seguinte sentençal:  “o trabalho foi desenvolvido por profissionais competentes e é de grande importância para a discussão cientifica, do tema, nos meios acadêmicos”. Por outro lado, entidades protetoras de animais, dizem que tem um laudo da USP mas nunca o apresentou. O que se tem conhecimento é de um oficio assinado pela professora Irvênia Prada, cujo conteúdo se resume a uma única frase, contrariando os resultados do trabalho citado, porém, sem qualquer experimentação que justifique a denominação de laudo. 

A atividade rodeio é disciplinada por leis Federal, Estadual e em alguns casos por Municipal e muita gente não sabe. Talvez por ser um esporte popular, o rodeio tem "apanhado" tanto, principalmente pela mídia desinformada e até certo ponto irresponsável, na busca pela audiência, praticando o sensacionalismo leviano.

E os argumentos dos vegetarianos veganos? São contra a criação de bovinos, suínos e aves. E as pessoas que estão humanizando os animais? Outro dia no Programa Mais Você apresentado pela Ana Maria Braga - Rede Globo - a reportagem abordou o tema, mostando a dona de um cachorro que fez "chapinha" no pelo de um cachorro, queimando-o e outro caso de servir chocolate - um veneno - para o cãozinho. Antropomorfismo e/ou Esquizofrenia Moral.

Como em tudo na vida precisamos aprender a analisar a relação custo x benefício, usar o bom senso. A continuar essas reações emocionais, sem "ouvir" o outro lado, procurar se informar, não vai demorar muito para acabar até com  a indústria do cavalo que gera mais postos de trabalho que a automobílistica. Talvez isso, se deva ao fato de atualmente 83,9% das pessoas em nosso país morar na cidade, os chamados caipiras da capital que pensam que vaca tem 2 peitos e usa sutiã. Será que sabem que o leite passa por um processo biológico ou basta apertar um botão - como máquina de refrigerante!

Para encerrar, vai um recado: se o mundo do rodeio não se unir, não vai demorar muito para o rodeio acabar em nosso país. Capivara fora do bando é comida de onça!!!

Eng Emílio Carlos "Kaká" dos Santos
Dir de Rel Públicas de Os Independentes - Barretos/SP

2 comentários:

Dafne Palmieri disse...

Caro Cacá, sou leitora do Blog (embora fique acanhada em postar aqui), formanda em organização de eventos e atualmente escrevo meu artigo acadêmico sobre organização de rodeios e a importância da Festa de Peão de Boiadeiro de Barretos.
Apaixonada por esse universo, não aceito que homens de terno, gravata e sapato lustrado que nunca compareceram a uma fazenda sequer, queiram nos proibir de realizar as provas de montaria. Claro! Mas após as reuniões na assembléia, uma churrascaria é bem vinda!

Enfim, estarei presente no próximo dia 7 outubro em São Paulo e estou fazendo o possível para contatar políticos e autoridades de minha região.

Como os comentários não aparecem diretamente no blog, e a principio este é o único canal que possuo para contato direto com Os Independentes e mais próximo da CNAR, gostaria de mencionar aqui, algumas autoridades que poderiam ser contatados por ambos, a fim de se tornarem grandes aliados de nossa causa.

- Toninho da Pamonha (Arujá -SP) Ex-prefeito de Itaquaquecetuba, entusiasta e organizador de rodeios.

- Heroilma Soares Tavares, deputada estadual pelo PDT/SP, esposa do atual prefeito de Itaquaquecetuba Armando Tavares Filho que organiza anualmente durante 10 dias a festa de Peão de Boiadeiro de Itaquá, evento gratuito e que vem crescendo demasiadamente a cada ano.

- Estevam Galvão de Oliveira, deputado estadual (DEM/SP) e ex prefeito da cidade de Suzano-SP.
Amante do rodeio, o realizou muitas vezes em sua cidade. Porém, mais tarde deixou de ocorrer por divergências políticas.

- Dr. Luis Carlos Gondim TEixeira, (PPS/SP), eleito pela região de Mogi das Cruzes e Vale do Paraíba, esteve recentemente em Barretos para auxiliar na implantação de uma rodovia cujo nome teimo em esquecer; Está auxiliando no processo de construção de uma cozinha comunitária também em Barretos. Frequentemente visita rodeios.



Tenho repassado o Apelo da CNAR através de e-mails e postagens em minha rede social. Creio que no momento é de suma importância unirmos todas as forças possíveis.
Portanto, fico a disposição para auxiliar no que for preciso.

Peço desculpas pelos modos e extensão do comentário, espero poder ter ajudado,

Atenciosamente,

Dafne Palmieri

Dafne Palmieri disse...

Abaixo segue depoimento que será enviado ao Sr. Estevam Galvão de Oliveira:


Me lembro, há muitos anos, bem no comecinho de minha infância das festas de peão que ocorriam em Suzano! Eu aguardava o ano todo.. Fazia meus pais se programarem e garantirem meu ingresso... queria roupa nova... A traia tinha que estar “tinindo”!
Uma semana antes e já estava cheia de ansiedade, contando os segundos para aquela festança toda! Eu, pequenininha de tudo, ficava sempre maravilhada com aquele monte de luzes, e de pessoas, e de bichos, e de barracas, aiii! Quanta coisa! Os olhos brilhavam e insistiam em querer ver tudo ao mesmo tempo! Como era bonito!!
Mas nada, nada mesmo superava a emoção de ver a arena! A arquibancada cheia, o cheiro de pipoca estourando quentinha e a voz incrível do narrador recitando os versos! Eita que o coração acelerava de vez quando o brete abria, e mais do que nunca os olhos corriam em busca do peão e do touro! Quanta emoção para apenas 8 segundos!!! - Mamãe! Aquele peão ficou 10 segundos!!!!!!! Sempre maravilhada insistia em chamar a atenção daqueles que estavam tão admirados quanto a mim!
Aventura a parte era esperar pelos shows! Como foi lindo ver o cantor Daniel ao vivo, ali, bem pertinho de mim! Acho que foi meu primeiro grande show! -Ano que vem voltamos não é papai!? Insistia ainda durante a segunda música apresentada!
É... o Rodeio de Suzano marcou muito minha vida, hoje, tantos anos mais tarde lembro com muito carinho daqueles dias de colorido, música e comida boa. Dias de gente bonita, animada.. De arquibancada fazendo coreografia.
Ainda há pouco, em 2010, tantos anos mais tarde, aquele coraçãozinho voltou a se encher de orgulho quando durante o II Congresso de Organizadores de Rodeio, um dos membros dos Os Independentes pontuou sabiamente o Rodeio de Suzano como um dos melhores do Estado, e que infelizmente por questões talvez políticas, deixou de existir. Foi difícil conter o sorriso! Naquele momento, talvez por um flash de outros 8 segundos me deixei levar exatamente para aquelas tão conhecidas noites brilhantes! Um suspiro... - Que pena!
Somente quem viveu esses momentos preciosos, em Suzano ou em tantas outras cidades desse País sabe o valor que tem uma festa de peão. Somente aqueles que pisaram na terra revirada de uma arena são capazes de compreender este sentimento. Somente aqueles que conhecem a lida do gado podem entender a amplitude das razões que levam tantos cowboys a montaria.

De antemão a proibição dos rodeios, senhores deputados, convido a todos a irem a uma boa festa de Peão de Boiadeiro! Mas não, não os convido a ficar nos camarotes! Os convido a empoeirar os sapatos lustrados e visitar o brete, as cocheiras, os peões e ver de perto que os animais ali presentes recebem tratamento muito mais adequado do que nós, usuários do sistema público de saúde. Como organizadora de Eventos que me tornei graças a influência da festividade descrita acima, concordo sim com a proibição de rodeios. Mas com a proibição de rodeios IRRESPONSÁVEIS, assim como deve haver a punição aos organizadores irresponsáveis que visam somente a receita obtida e se esquecem de seguir as leis estipuladas em nossa constituição, bem como o bem estar e segurança dos animais e competidores.
Público, profissionais da área, organizadores, todos possuem um único desejo, fiscalização. Sim, precisamos de fiscalização através de nossos órgãos públicos. A CNAR já fez sua parte. Agora basta que o selo verde torne-se obrigatório para a realização de um Rodeio. O bom organizador deve ter um cadastro e a permissão para realizá-lo. Como garantido em lei, a boiada deve ser fiscalizada, os presentes segurados, enfim! Nós, esperamos realmente que o bom senso neste 7 de outubro prevaleça, e que aqueles que julgarem este novo projeto, possam antes de qualquer parecer, conhecer cientificamente e na prática o que de fato é uma prova de montaria.

Conto com seu apoio em defesa do rodeio como forma de manifestação cultural e esportiva,

Dafne Palmieri